Cidade Vicentina
A visita desta semana foi a conhecida Cidade Vicentina, de Jundiaí. De acordo com o tema da semana nada como falar do respeito, ou melhor, a falta de respeito mais comum que existe. A com os mais velhos.
A Cidade Vicentina tem feito o trabalho de cuidar dos senhorzinhos há pelo menos 80 anos. Ana Paula é psicóloga na Associação há um ano e garante: “A sociedade tem que mudar e já esta mudando. O idoso não pode ser visto como um coitadinho mais. Eles tem movimentado a economia como nunca e fizeram a história deles, como qualquer um de nós.”
Ana Paula explica que os idosos da Cidade Vicentina chegam até lá por vontade própria, pela família ou ordem judicial. Ou seja, não tem condições de viver sozinho, está debilitado ou em situação de miséria.
A Cidade Vicentina oferece casas separadas para cada idoso, enfermeiras 24 horas por dia, fisioterapeuta, assistente social, psicóloga e nutricionista. Além de passeios, aulas de pintura e outras atividades fora da Associação.
“Aqui na Cidade Vicentina respeitamos o que o idoso quer, preservamos a dignidade, identidade e liberdade dele. O idoso não é forçado a fazer nenhuma das atividades, só o que ele quer participar.”
O respeito dentro da Associação ocorre desde este princípio em respeitar cada idoso como um ser único, com limitações e dificuldades como tantos outros. O idoso com a saúde melhor faz aquilo que lhe apetece, já os mais debilitados recebem maiores cuidados.
José Adílson, de 72 anos é um pernambucano que veio para São Paulo com apenas 17 anos e fez sua vida aqui. Trabalhou até quando pode, se casou e teve um filho.Fez muitas amizades:”Conversava com todo mundo.Não tinha pobre, rico, nem novo nem velho.Era vendedor então conhecia muita gente e tinha muito papo”, comenta rindo.
Sobre estar na Cidade Vicentina, “estou desde fevereiro, pois estava com um probleminha na mão e me mandaram para cá, para ter maiores cuidados”.
Seu José morava sozinho em uma pensão, sua mulher muito doente está há mais tempo na Cidade Vicentina e seu filho o visita frequentemente.”Gosto daqui, pois converso com todos, temos amizade aqui dentro e mais cuidados.Lá fora, é complicado porque as pessoas não respeitam e nem nos olham.”
O que faz com que não olhemos para os mais idosos tem a ver com a crença antiga da inutilidade da idade. É fato que nosso corpo com o tempo não acompanha mais o ritmo das atividades diárias, mas em compensação ganhamos uma qualidade muito mais valiosa, a experiência.
Passar por uma situação na vida não te faz expert naquilo, viver 80 anos talvez sim. Tanto tempo vivendo e aprendendo nos deixa craques em determinados assuntos, “carecas” em outros, como diz o ditado. O mais importante para nós que ainda somos jovens é respeitar a experiência de alguém que já viveu pelo menos o dobro que você. Opiniões nem sempre são as mesmas, mas o melhor remédio é sempre respeitar. Vale lembrar que todos nós um dia seremos velhinhos e com certeza o respeito de hoje fará a diferença no amanhã.
Só como informação, o Brasil, assim como o mundo, esta ficando cada vez mais velho, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), eles serão mais de 55 milhões em 2040 no Brasil. Dia 1° de outubro foi a data que passou a ser comemorada como Dia do Idoso, lembrando que cada vez mais os cuidados com a terceira idade terão que ser melhorados.
A Cidade Vicentina é uma Associação que cuida de idosos acima de 60 anos, com desajustamento familiar ou vulnerabilidade na sociedade. Tem aproximadamente 80 anos,fundada pelo Monsenhor Arthur Ricci, era chamada inicialmente de Vila dos Pobres. Os cuidados são dos Vicentinos, que recebem doações da sociedade, do bazar permanente e/ou anual e da ajuda da Prefeitura.
Para ajudar, visitar ou conhecer:
A cidade Vicentina esta localizada na Rua Augusto Trevisan, 121- Parque do Colégio.
Telefone:4533-3358
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